Com mais de 50.000 hectares de lavouras, um dos grandes desafios do município de nobres (MT) é a instabilidade e baixa oferta de eletricidade. Os produtores revelam na frente dificuldades emitir uma simples nota, que permite que os caminhões sejam descarregados nos armazéns, o que pode atrasar ainda mais a coleta.
Na propriedade de 4.720 hectares onde trabalha o agrônomo Clóvis André Gehardt, foi construída uma instalação capaz de processar e armazenar cerca de 13 mil toneladas de grãos. No entanto, dada a instabilidade e disponibilidade limitada de energia elétrica, não será alimentada pela rede fornecida pela concessionária.
“Nossa energia é monofásica. Então, não dá nem para tocar em um depósito desse tamanho, porque precisaríamos de energia trifásica. O serviço de entrega aqui é muito desatualizado. Ele sempre te decepciona, diz Gehardt.
O problema da energia desencoraja o investimento
A falta de energia elétrica, segundo quem a produz, além dos transtornos, principalmente nos períodos de chuva, trazaumento de custo. Esse fato acaba desestimulando o investimento.
“Você vê cada vez menos pastagem e mais agricultura. E a energia ainda é a mesma rede de antigamente. Hoje não temos nem energia para o armazém, mesmo que quiséssemos. Qualquer vento, qualquer coisa, a gente fica sem energia”, enfatiza o agricultor Walter Scharf.
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De acordo com o produtor Dejair Roberto Liu, quedas de energia ocorrem na época das chuvas Sempre.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso
“Duas, três vezes por dia e tudo para. Agora, na época da colheita, temos que emitir nota pela internet. Se não tiver energia, não emite a cédula. O custo do caminhão já é caro. Agora já imaginou o caminhão parado no campo sem você conseguir emitir nota fiscal? O armazém não recebe o produto se não tiver a nota fiscal. Adie até a colheita”, enfatiza Liu.
Na propriedade do produtor João Armindo Rondon, tentaram também construir um armazém e uma secadora com capacidade estática para 30 mil sacas de soja. No entanto, há quase 20 anos tudo está parado devido às oscilações e ao baixo fornecimento de energia.
“O princípio de tudo é a energia. Deve ter o poder de mover o carro. Quando chegou, chegou esse aqui, que é monofásico. Joguei com diesel, mas é totalmente inviável”.
Outro lado
A equipe do Canal Rural Mato Grosso entrou em contato com o Poder, electricidade que serve o Estado, que explicou que para solicitar o aumento da carga nos edifícios, cada cliente deve fazer um único pedido. A partir disso, o concessionário analisa a situação e, dependendo do caso, define se o consumidor terá ou não participação no valor da execução.
A empresa também informa que possui equipes de campo e planejamento de investimentos para todas as regiões do estado. Em 2022, foram investidos mais de R$ 920 milhões em Mato Grosso.
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