O Ibovespa, principal índice da Bolsa Brasileira (B3), caiu quase 2%, a 107.152 pontos, nesta quarta-feira de cinzas (22/2). O pregão teve uma duração menor, devido ao ponto facultativo que durou até o meio-dia.
Os investidores reagiram mal à divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. O documento mostra que alguns diretores do banco central americano defendem um maior aperto dos juros. Os índices de inflação nos Estados Unidos mostraram aumentos de preços acima das expectativas do mercado e mais resilientes do que o esperado.
Com isso, economistas veem o risco de que os recentes aumentos de juros do Fed não sejam suficientes para colocar os índices inflacionários de volta nos trilhos. A meta de inflação do país é de 2% ao ano, mas o IPC (principal medida de preços ao consumidor) acumula alta de 6% em 12 meses.
Por outro lado, algumas autoridades do Fed expressaram preocupação com o impacto dos aumentos das taxas de juros na atividade econômica. Segundo a divulgação da ata, o BC vê grande probabilidade de a economia americana entrar em recessão em 2023.
A combinação de altas taxas de juros e uma economia lenta é ruim para os ativos do mercado de ações, especialmente aqueles em economias emergentes como o Brasil. Essa é a principal explicação para a queda do Ibovespa ao longo do dia.
Dólar
O dólar fechou o dia em alta de 0,15%, para R$ 5,17. Desde o início do mês, a moeda norte-americana acumula alta de 1,7%.
O caso da “vaca louca” diz respeito a matadouros
Um caso suspeito de “doença da vaca louca” no Brasil está afetando os estoques de frigoríficos na bolsa de valores. Na última segunda-feira (20/2), o governo anunciou que havia sido informado pela Vigilância Sanitária do Pará sobre um caso suspeito em um animal de 7 anos em uma fazenda no interior do estado.
Se confirmado, o caso deve levar à interrupção das exportações para a China. O país asiático é responsável por cerca de 60% das exportações brasileiras de carne bovina.
O risco de proibição de vendas tem causado desvalorização das empresas de proteínas na bolsa brasileira. A Minerva caiu quase 8% e foi acompanhada pela BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, que registrou queda de 6%. A JBS, que gera quase metade de sua receita no exterior, caiu menos, em torno de 4%.