O Brasil já mapeou hoje desde proteção civil nacional De 14.000 pontos de risco muito alto de desastre e 4 milhões de pessoas morando nessas áreas.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
A informação é do ministro da Integração e desenvolvimento regional, Waldez Góes.
Waldez Góes também falou sobre a tragédia provocada pelas fortes chuvas no litoral norte de São Paulo, que causaram deslizamentos nas áreas de risco.
Segundo o ministro, desde quinta-feira (16), por conta dos alertas de chuva, a Defesa Civil Nacional realiza reuniões com as autoridades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
A tragédia já contabiliza 46 mortos, 23 feridos, além de 766 desabrigados e outros 1.730 desabrigados. Entre os desabrigados, a maioria, 500 pessoas, está em São Sebastião, que também tem outros mil deslocados. As vítimas foram transferidas para uma escola municipal.
Segundo ele, o Brasil tem um sistema de proteção civil bem estruturado e organizado. “Temos uma comunicação vertical muito assertiva com os Estados e a União”. No entanto, Góes acredita que muitos municípios ainda precisam se organizar mais.
O ministro disse que a população está muito relutante em acreditar nos alarmes. “É bom para a gente lembrar quem está lidando com a informação. As pessoas às vezes tendem a querer acreditar que isso não vai acontecer. [um desastre]. Então acabam ficando em suas casas ou se mudando [para o local onde foi dado o alerta]como é o caso do litoral norte paulista, uma bela região, com um turismo fortíssimo, sempre procurado nesses períodos”.
Góes lembrou que, além dos moradores, que são milhares de pessoas, parentes ou pessoas a trabalho ou lazer, eles se mudam para a região neste período de carnaval. “Então tudo isso aumenta ainda mais as chances de que o risco seja ainda mais iminente”, avaliou.
Assistência
Segundo o secretário nacional da Proteção Civil, Wolnei Wolff, os próximos dias ainda devem ser tensos, já que as previsões ainda são de muita chuva na região. “Entre 100 e 150 milímetros são esperados. nós fomos lá ontem [São Sebastião] e o dia estava bastante calmo, ensolarado, mas à noite sabemos que caiu alguma chuva. Para a região da Serra da Mantiqueira, a previsão para hoje é de cerca de 250 milímetros de chuva”, alertou.
O ministro Waldez Góes disse que, no momento, o plano de trabalho se concentra em atender os municípios de São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba, Carapicuíba, Bertioga e Guarujá.
“São mais de 600 homens e mulheres trabalhando para resgatar pessoas, limpar, desobstruir estradas, encontrar mortos, levar pessoas a hospitais, distribuir água, transportar pessoas de avião. Então, tudo isso já é um mutirão integrado de proteção civil. É o governo federal do presidente Lula, o governo municipal e o governo estadual. Então já existe um desempenho muito forte”, afirmou, lembrando que em 24 horas a precipitação na região de São Sebastião ultrapassou os 600 milímetros.
Noutra frente, segundo o ministro, as autarquias das cidades afectadas, que já tiveram o estado de calamidade reconhecido, estão a trabalhar na elaboração de planos de trabalho para que sejam repassados recursos financeiros e se iniciem os trabalhos de restabelecimento da situação de normalidade e reconstrução das cidades.
“Tudo o que for preciso para reconstruir, tendo o plano de trabalho, o governo do presidente Lula autoriza apoiar. Temos mais de 1.300 municípios no Brasil com situação de emergência já decretada e aprovada pela Proteção Civil Nacional, e que receberam apoio mais diferenciado. Nós temos recursos. O que acontece é que precisamos de planos de trabalho”, explica Góes.
Waldez Góes destacou o trabalho integrado do governo federal com os municípios e o governo do estado de São Paulo e, por exemplo, disse que programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida podem ser priorizados em cidades afetadas ou com muita população em áreas em risco.