O consumo de energia elétrica no Brasil ficou estável em janeiro em relação ao mesmo período de 2022, revertendo a tendência de queda observada nos dois meses anteriores, segundo dados anteriores divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta quarta-feira (22).
O mercado livre, em que indústria e grandes empresas contratam o fornecimento de energia, apresentou leve recuperação no primeiro mês de 2023, ajudando a evitar queda no consumo nacional.
A demanda do segmento cresceu 1,8% em relação ao ano anterior, impulsionada principalmente pelos setores de mineração de minério de metal (10%) e metalurgia e produtos de metal (6%).
O mercado obrigacionista, que atende residências e pequenos negócios, continuou em queda pelo terceiro mês consecutivo, desta vez com leve queda de 0,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a CCEE, a queda do ambiente regulado, que representa mais de 60% do consumo nacional de energia, está ligada principalmente ao crescimento da geração distribuída, ou seja, painéis solares instalados em residências e empresas, que reduzem a demanda do Sistema Interligado Nacional ( PECADO).
Pelos cálculos da instituição, excluindo o efeito da geração distribuída, o consumo de energia na área regulada teria crescido 2,0% em relação a janeiro do ano passado.
Atualmente, a geração distribuída de energia totaliza 17 gigawatts (GW) de potência no Brasil, tendo se tornado o principal indutor de energia solar no país.
Produção de energia
Em janeiro, as hidrelétricas mantiveram a liderança no fornecimento de energia, com produção média de 54.873 megawatts, volume 4,5% superior ao do mesmo período do ano anterior.
Como resultado, as térmicas reduziram sua produção em quase 45%, para cerca de 6.000 megawatts em média, enquanto as fontes solares produziram 70% a mais de eletricidade e as eólicas aumentaram quase 40%.
A Ccee destacou ainda que o período favorável para a produção de energia elétrica permitiu ao Brasil exportar em janeiro uma média de 1.133 megawatts para a Argentina.
A primeira exportação comercial de eletricidade para o país vizinho veio de excedentes hidrelétricos, depois que o armazenamento da usina terminou o mês da melhor forma em 11 anos.
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