Folie à Deux: entendendo a síndrome que dá nome ao novo filme do Coringa


O personagem Coringa, um dos principais vilões do universo DC Comics, tem como marcas registradas o riso incontrolável e a loucura. Os transtornos psiquiátricos do personagem estarão presentes novamente na sequência do filme, que tem estreia prevista para 2024.

O nome da produção, Joker: Folie à Deux, refere-se a uma síndrome psiquiátrica em que alucinações e delírios são compartilhados entre dois ou mais indivíduos. Segundo o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, a síndrome é rara, mas pode afetar principalmente as mulheres.

“La Folie à Deux, ou transtorno psicótico induzido, é uma síndrome muito rara e, portanto, pouco conhecida. Ocorre quando um sujeito psicótico, denominado indutor primário, afeta terceiros, considerados sujeitos secundários, com seus delírios e alucinações”, explica Agrela.

Nesse caso, o principal indutor é o Coringa, interpretado por Joaquin Phoenix, que impõe delírios a Harley Quinn, interpretada por Lady Gaga. Identificar quem no relacionamento tem psicose primária é importante, pois a pessoa com o transtorno secundário não tende a ter crenças delirantes quando separada do indutor.

“Normalmente, o distúrbio afeta mulheres ou ocorre entre mães e filhos, mas também pode ocorrer com qualquer indivíduo que esteja em um relacionamento próximo. Muitas vezes, mas não exclusivamente, pode ser causada por confinamento, ou por ambientes com pouca influência externa”, esclarece o neurocientista.

O diagnóstico de transtorno psicótico induzido é formulado pelo psiquiatra através da observação dos sinais apresentados pelos dois indivíduos e da análise da convivência. A psicoterapia e a terapia muitas vezes podem ajudar as pessoas com Folie à Deux. Outra medida terapêutica importante é separar as duas pessoas e, se necessário, usar antipsicóticos.

síndrome do brincalhão

O palhaço do crime, como é chamado o Coringa, tem desde sua origem o riso incontrolável em situações sem graça. Esta é uma condição neurológica rara chamada síndrome pseudobulbar (PBA).

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Além do riso que pode durar muito mais do que o normal e ultrapassar o limite confortável, as pessoas com o transtorno também podem reagir com lágrimas profundas a situações cotidianas.

É importante ressaltar que não há cura para o PBA, mas existem medicamentos que podem ajudar o paciente a controlar os ataques de riso. Também é importante ficar atento ao riso que surge em quem se recusa a encarar a realidade e leva tudo na brincadeira – trata-se de uma reação psíquica usada para lidar com situações específicas.

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O pós Folie à Deux: entendendo a síndrome que dá nome ao novo filme do Coringa que estreou em Metropolis.