A Justiça de São Paulo estabeleceu, nesta quarta-feira, 22, que o Estado pode realizar a remoção forçada de famílias que estejam localizadas em locais considerados de risco no litoral norte da capital. A determinação atende ao pedido da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e do município de São Sebastião.
A medida tem “caráter preventivo e provisório, devendo cessar logo que a situação meteorológica seja favorável”. A remoção só deve ocorrer como “último recurso”. OU governador de sao pauloTarcísio de Freitas, que segue em São Sebastião, comentou a decisão judicial.
“Forçar é muito complicado; então a gente vem com a previdência tentando tirar a pessoa. Ontem, na Barra do Sahy, uma senhora me pediu ajuda, pois o pai dela não queria sair de casa, que corre grande risco de cair. Estamos lá fora tentando fazer o papai ir embora. Portanto, usaremos todos os argumentos, mostraremos o risco, acolheremos, protegeremos o patrimônio e, em último caso, faremos a remoção obrigatória”, explicou Tarcísio.
A determinação prevê evacuação para outras regiões, como Boiçucanga, Juquehy, Cambury, Barra do Sahy, Maresias, Paúba, Toque Toque Pequeno, Barra do Una, Barequeçaba, Varadouro, Itatinga, Olaria, Topolândia, Morro do Abrigo, Enseada e Jaraguá , bem como outras áreas que possam ser consideradas de risco.
As chuvas atingem o litoral norte de São Paulo
As fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo até agora causaram 47 mortes em São Sebastião e uma em Ubatuba, além de centenas de desabrigados. Do total, 26 vítimas já foram identificadas e liberadas para sepultamento. Entre sábado, 18, e domingo, 19, o litoral paulista registrou 683 mm de chuva em 15 horas — a média prevista para o mês era de 303 mm.