Mercado bilionário islâmico atrai 105 empresas brasileiras para Dubai


Enviado especial para Dubai – Mercado que impõe costumes religiosos no processo de produção de alimentos, o Islã é alvo de 105 empresas brasileiras que expõem seus produtos na Gulfood 2023, em Dubai, durante o carnaval brasileiro.

O interesse é justificado pelo movimento trilionário do mercado. Em 2021, a venda de alimentos e bebidas para muçulmanos movimentou US$ 1,2 trilhão em todo o mundo, segundo o relatório da Economia Global Islâmica.

O diretor-geral do Centro de Comércio e Marketing Halal (empresa especializada no desenvolvimento da economia islâmica), Tomas Guerrero, disse que a previsão é que o mercado movimente 1,6 trilhão de dólares em 2025. Atualmente, o Brasil é o principal exportador de carnes para este público.

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Para vender aos seguidores do Islã, você precisa obter um certificado internacional chamado halal. Exige, por exemplo, que um matadouro invoque o nome de Deus no ato do abate em forma de agradecimento pelo alimento e abata o animal rapidamente para que não haja sofrimento.

Em Dubai, nesta terça-feira (21/2), a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) realizaram um seminário para explicar aos empresários brasileiros como é o processo de obtenção do certificado halal.

Durante o evento, o presidente-executivo da Câmara, Tamer Mansour, disse que um programa trienal da CCAB e da ApexBrasil vai estimular empresas de outros segmentos além da carne a entrarem também no mercado islâmico. “Vamos bater na porta das empresas e ajudá-las a apresentar ao mundo o que é halal no Brasil fora das proteínas”, disse.

A chefe de Agronegócios da ApexBrasil, Paula Soares, disse que a comunidade islâmica está presente em todo o mundo, não apenas no Oriente Médio. “Há uma grande população muçulmana em diferentes países do mundo. E entendemos como essa certificação halal pode ser um diferencial competitivo para as empresas”, destacou.

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De acordo com o relatório da Economia Global Islâmica, a Indonésia consumiu US$ 147 bilhões em produtos e serviços halal. O país liderou o ranking dos maiores consumidores do mercado.

também o fertilizante

O empresário brasileiro Cyro Cavanlcante vende o único fertilizante com certificação halal do mundo, o 7 Rocks, em 30 países há 25 anos. Para o metrópoleCavalcante, diretor-gerente da empresa Shan Jabal, disse que eles receberam o raro certificado depois de demonstrar mais de 50% de redução de fungicidas e pesticidas no produto.

Com o fertilizante certificado, a empresa passou a produzir um café gourmet que é vendido para muçulmanos fora do Brasil desde 2017.

“Levamos quatro anos para implementar protocolos técnicos e demonstramos, em mais de 100 cultivos diferentes, que conseguimos reduzir fungicidas e pesticidas em pelo menos 50%. Para o mercado islâmico, isso significa que o produtor e quem consome tem mais sorte por ter ingerido menos agrotóxicos”, disse o empresário.

A empresa vende cerca de US$ 10 milhões em fertilizantes por ano e US$ 2 milhões em café. A bebida típica brasileira, apesar de ser produzida no país, não é vendida no Brasil devido ao custo, segundo Cavalcante.

A Shan Jabal, que tem fábrica em Dubai, é uma das 105 empresas brasileiras que expõem produtos na Gulfood com o objetivo de ampliar os negócios no Oriente Médio.

Carne

Em 2022, o Brasil vendeu o equivalente a US$ 13 bilhões em carne vermelha para todo mundo, segundo o presidente da Abiec. No ano passado, foram exportadas 58 toneladas para os Emirados Árabes Unidos.

Camardelli disse que as exigências do mercado halal foram incorporadas à pecuária brasileira para exportação para países que não cobram pelo certificado porque as práticas agregam mais qualidade ao produto.

“Todos os países muçulmanos têm essa exigência de ritual halal. Mas as características do halal e de outras religiões são consideradas uma melhoria na manutenção da qualidade do produto. Halal é uma característica religiosa e componente de qualidade. A Abiec tem condições de atender todos os mercados com total tranquilidade”, afirmou.

golfo

Dubai sedia a Gulfood 2023, a maior feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio, de 20 a 24 de fevereiro. No total, 5.000 empresas de 120 países expõem produtos no evento.

O Brasil é representado na Gulfood por 105 empresas de setores como carnes, café e açaí. Segundo a ApexBrasil, que apoia a participação brasileira na Gulfood, a expectativa é que o volume negociado na Gulfood pelos empresários brasileiros chegue a 4,5 bilhões de dólares.

O mercado árabe é de grande interesse para o Brasil. No ano passado, as exportações brasileiras para o Oriente Médio representaram US$ 17,18 bilhões, 5,14% de todas as vendas externas do país.

No ano passado, o Brasil vendeu 445 mil toneladas de frango para os Emirados Árabes Unidos – onde fica Dubai -, o que representou US$ 953 milhões (cerca de R$ 4,92 bilhões) para o setor.

OU metrópole está em Dubai, a convite da ApexBrasil, para conhecer a representação brasileira na Gulfood.

Mercado pós-bilionário islâmico atrai 105 empresas brasileiras a Dubai estreia no Metropolis.