O recém-nascido resgatado sob os escombros do terremoto é adotado por seus tios

O recém-nascido que sobreviveu sob os escombros de um prédio que desabou após o terremoto de 7,8 na Síria no início deste mês foi adotado por dois tios.

Definida como uma “criança milagrosa”, a menina foi encontrada ainda amarrada à mãe morta pelo cordão umbilical. No hospital, ele recebeu vários pedidos de adoção e foi alvo de três tentativas de sequestro por milícias, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Seu pai, Abdallah Mleihan, mãe, Afraa, três irmãs, um irmão e uma tia morreram no terremoto.

Agora, o recém-nascido ficará sob os cuidados de tia Hala, irmã de seu pai, após exames de DNA comprovarem a relação. A menina foi nomeada pelos tios de Afraa, em homenagem a sua falecida mãe. No hospital, ela foi chamada de Aya, o nome árabe para “um sinal de Deus”.

Hala e seu marido, Khalil al-Sawadi, têm quatro filhas e dois filhos. Uma das meninas, Attaa, nascida apenas três dias depois de Afraa, recebeu alta no sábado e se mudou para a tenda onde a nova família vive desde que a casa foi destruída pelo terremoto.

“Agora ela é uma das minhas filhas. Não farei diferença entre ela e meus filhos”, disse al-Sawadi, que também é primo do pai do recém-nascido. Segundo ele, Afraa “manterá viva a memória de seu pai, sua mãe e seus irmãos .”

O caso de Afra

As autoridades judiciais assumiram o caso de Afraa depois que ela chamou a atenção internacional e algumas pessoas chegaram ao hospital alegando ser parentes dela, embora tivessem sobrenomes diferentes de Afraa e de sua mãe. Durante dias, al-Sawadi temeu que alguém pudesse sequestrar a menina e a visitava com frequência no hospital.

Equipes de resgate da cidade de Jinderis encontraram a menina mais de 10 horas após o terremoto, enquanto cavavam entre os escombros do prédio de cinco andares onde seus pais moravam.

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O devastador terremoto de magnitude 7,8 centrado na província de Kharamanmaras, no sudeste da Turquia, ocorreu em 6 de fevereiro, seguido por milhares de tremores secundários. Mais de 44 mil pessoas morreram.

O terremoto destruiu dezenas de unidades habitacionais na cidade de Jinderis, onde a família de Afraa vivia desde 2018. O pai de Afraa, Abdullah Turki Mleihan, era natural da aldeia de Khsham, na província oriental de Deir el-Zour, de onde teve que sair em 2014, depois que o grupo “Estado Islâmico” capturou a aldeia.

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