O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu nesta terça-feira (21/2) que a Ucrânia é “refém de seus mestres ocidentais”. O líder russo também acusou novamente as nações ocidentais – incluindo os Estados Unidos e membros da União Europeia – de causar o conflito na Europa Oriental.
O discurso emblemático do chefe do Kremlin surge um dia depois da visita “surpresa” do presidente dos Estados Unidos a Kiev. Nesta segunda-feira (20/2), Joe Biden fez uma viagem sem avisar ao seu homólogo ucraniano, Vladmir Zelensky, e prometeu enviar mais armas e um novo pacote de sanções contra a economia russa.
“O povo ucraniano se tornou refém do regime de Kiev e de seus senhores ocidentais, que efetivamente ocuparam o país no sentido político, militar e econômico”, disse Putin.
Segundo o líder russo, o governo ucraniano não se concentra em questões de interesse nacional, mas “servindo os interesses de potências estrangeiras”.
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A conturbada relação entre a Rússia e a Ucrânia, que desencadeou um conflito armado, coloca o mundo em alerta para uma possível guerra de grandes proporções.
Anastasia Vlasova/Getty Images

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A confusão, porém, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, um contexto histórico vinculado ao século XIX pode explicar o conflito
Agustavop/Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a Europa Oriental, tem sido uma zona tampão para a antiga União Soviética há anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter a influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários ali presentes.
Pawel.gaul/Getty Images

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Isso ocorre porque o vasto território da Ucrânia impede ataques militares bem-sucedidos contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada da Rússia deixa potenciais inimigos da Europa a mais de 1.500 km de Moscou. A adversária Ucrânia, porém, reduziu a distância para pouco mais de 600km
Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em ingressar na OTAN liderada pelos Estados Unidos e ingressar na União Europeia, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país se os ucranianos não desistissem da ideia.
André Borges/Espec. metrópole

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da OTAN aos ucranianos representam uma ameaça à segurança do país.
Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou treinamento militar com a aliada Bielorrússia, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 15 de fevereiro.
Kutay Tanir/Getty Images

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Por outro lado, a OTAN, formada por 30 países, reforçou sua presença no Leste Europeu e colocou em alerta as instalações militares.
OTAN/Divulgação
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Embora tenha subido aos holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo no impasse entre as duas nações recomeçou no final de 2021, quando Putin enviou 100.000 soldados para a fronteira da Ucrânia. Os dois países, ex-integrantes da União Soviética, têm uma antiga disputa territorial.
Extensão AFP

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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, ocorrida em 2014 e que causou mais de 10 mil mortos. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença russa na região para incorporá-la ao seu próprio território.
Elena Aleksandrovna Ermakova/Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusaram os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que minam a soberania do estado.
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já afeta economicamente todo o mundo. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, essencial para muitos deles
Vostok/Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão significativos com as duas nações, pode ser impactado pelo provável aumento dos preços do petróleo.
Vinícius Schmidt/Zig Proxy
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Em discurso ao parlamento russo, Putin reproduziu a retórica que tem apoiado a ofensiva russa no território vizinho desde o início da guerra, e esclareceu que após um ano de combates, não há perspectiva de um acordo de paz no horizonte. O conflito no Leste Europeu completa um ano na próxima sexta-feira (24/2).
Segundo ele, o Kremlin fez todo o possível para evitar a guerra, mas a Ucrânia, apoiada pelo Ocidente, planejava atacar a Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014.
“Eles pretendem traduzir o conflito local em um confronto global, nós entendemos isso e vamos reagir de acordo”, disse o líder russo.
“Agressão econômica”
Vladimir Putin também questionou o pacote sem precedentes de sanções econômicas impostas pelos governos ocidentais à Rússia desde o início da guerra e disse que as nações aliadas da Ucrânia iniciaram “não apenas agressão militar e informativa, mas também um ataque econômico”.
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“Mas os iniciadores dessas sanções estão se punindo”, disse ele. “Eles causaram o aumento dos preços em seus países, o fechamento de fábricas, o colapso do setor de energia e estão dizendo a seus cidadãos que os russos são os culpados.”
Desde o início da guerra, as nações da União Européia (UE), que dependiam fortemente da Rússia para a produção de combustíveis derivados de petróleo e gás, enfrentaram uma crise energética. O que, por sua vez, gera instabilidade econômica em todo o continente.
O Kremlin está sob críticas não apenas da comunidade global, mas também sob pressão interna. Putin está sob pressão porque está surpreso com a capacidade da Ucrânia de lutar por seu próprio governo e pela proteção do território. A ofensiva, que deveria derrubar o governo Zelensky dentro de semanas, está se arrastando em seu segundo ano de combates com milhares de baixas.
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