Imagine passear com um amigo pelas ruas da sua cidade quando, de repente, um adulto cai no chão. Surpreso, você se aproxima do indivíduo e percebe que ele não está respirando ou respondendo a estímulos. A primeira reação, sem dúvida, é ligar para o 911, mas quando se trata de parada cardíaca (PCR), cada segundo conta. Você poderia iniciar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) imediatamente e ajudá-lo a sobreviver?
A execução dessa manobra não deve ser uma habilidade reservada apenas aos profissionais de saúde. Por outro lado, quanto mais pessoas souberem como fazer, maior a chance de ajudar a salvar uma vida.
Pensando nisso, a coluna Claudia Meireles conversou com a Enfermeira Especialista em Urgência Rayanne Dourado para ensinar aos nossos leitores o que fazer caso precisem usar essa tática.

“É importante que todos aprendam essa técnica para minimizar o risco de morte. Não é uma realidade no Brasil, mas, no contato com pessoas que moram em outros países, vemos como essa manobra é comum. Quase todo mundo conhece os primeiros socorros, os primeiros passos que precisam ser dados”, avalia a Mestre em Docência, Preceptora de Enfermagem da Secretaria de Educação do Distrito Federal.
A cada minuto que passa sem ajuda adequada, a chance de recuperação da vítima diminui de 7 a 10%, revela a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC). Além disso, 86% das paradas cardíacas ocorrem nas residências das vítimas.
O que fazer em caso de parada cardiorrespiratória?
Rayanne explica que existem várias causas para uma PCR, como resultado de um acidente ou até mesmo um simples engasgo. O primeiro passo para identificar o problema é fazer com que o indivíduo fale — em caso de engasgo, faça o sinal universal de agarrar o pescoço — para estimular a tosse.
“Após tentativas de desobstruir as vias aéreas, a pessoa tende a desmaiar. A partir desse momento, a primeira coisa que devemos fazer é tocar o paciente com muita força e precisamente na região da clavícula e dizer: ‘Senhor, senhor, está me ouvindo?’, várias vezes. Se souber, chame pelo nome. Se ele não estiver acordado, verifique se ele está respirando e verifique o pulso ao mesmo tempo”, explica o profissional.
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Nesse caso, nunca verifique o pulso pela artéria radial (principal artéria do antebraço), mas pela artéria carótida, localizada na nuca. “Deslize os dedos, encontre a traqueia, empurre-a um pouco para o lado e sinta o batimento cardíaco”, diz ele.



Se o adulto não responde, não sente pulso e o peito não respira, é hora de iniciar o processo de massagem cardiorrespiratória.
Se estiver sozinho, ligue primeiro para o Samu ou para o corpo de bombeiros e depois volte o atendimento para o paciente. Nesse caso, a prioridade será a compactação.
“Coloque a base da mão no centro do peito, com a outra mão por cima faça os movimentos de subir e descer. Eles nunca podem ser feitos em pé, então fique de joelhos. — tem que garantir que o paciente está em uma base rígida, nunca em um colchão — e não pode flexionar os ombros, porque tem que fazer força e o peso do corpo tem que sustentar”, explica.

Para quem tem medo de quebrar uma costela durante o esforço ou não conhece a profundidade, a enfermeira orienta a parar a cada 30 compressões e depois fazer respiração boca a boca. A profundidade da mão é de cinco a seis centímetros ou um terço do peito.
Na RCP, o objetivo é devolver o sangue ao cérebro. “O coração já está parado e o pulmão também, mas a função cerebral não pode morrer, pois depende de glicose e oxigênio. Depois que ele morre, acabou”, explica.
Em caso de respiração boca-a-boca, é necessário cobrir o nariz da vítima, abrir a boca, hiperestender o pescoço para permitir a passagem do ar e ajustar a boca. “Vou encher meu pulmão e explodir tudo dentro de mim, por pelo menos dois segundos”, diz Rayanne.

Faça isso duas vezes, reposicione a pessoa e faça mais 30 compressões. Faça isso cinco vezes. Se você não consegue contar mentalmente, conte dois minutos no relógio.

Nos casos de desconhecidos, em que muitos não confiam em falar devido à contaminação, fique tranquilo. Segundo o especialista da UDF, a ressuscitação cardiopulmonar é a manobra mais importante. Mas se você simplesmente não se sentir confortável em apenas realizar a RCP, há uma máscara útil para carregar na bolsa ou no carro à venda nas farmácias.
“Tem o lado que a gente coloca na boca do paciente e o outro lado na nossa. Tem uma válvula que não deixa o ar voltar para a boca, só o ar que a gente solta”, explica.
RCP em crianças
No caso das crianças, as colisões ocorrem principalmente por sufocamento. Se precisar agir, coloque o bebê de barriga para baixo, segure a cabeça dele com a mão e dê cinco tapinhas nas costas dele.
Vire-se e apoie-se com o outro braço e dê cinco “empurrões” na região do estômago para aguardar a saída do alimento ou objeto preso. Não há limite para o número de vezes que você pode repetir este movimento.


“Ao prosseguir para a parada cardiorrespiratória, segure o bebê com muita firmeza com os dois polegares na frente e o restante das mãos atrás, como se estivesse segurando o bebê, e eu faço flexões”, diz ela.
Se tiver alguém para ajudá-lo, faça 15 compressões a cada duas respirações. Mas se estiver sozinho, faça 30 para dois.


Se a criança tiver uma estrutura corporal maior, coloque os dedos indicador e médio no centro do peito e aplique compressão. “Se não conseguir abaixar um terço do peito, faça com uma das mãos na posição intermailal, no centro”, conclui.

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