Revisão de Kirby’s Return to Dream Land Deluxe


Quando joguei a versão original de O Retorno de Kirby à Terra dos Sonhos Alguns meses atrás, fiquei mais uma vez surpreso com o quão atemporais são os títulos da franquia Nintendo, não importa quando foram lançados. Prova disso é a recepção positiva ao anúncio dos jogos clássicos de Game Boy e Game Boy Advance no Nintendo Switch Online.

Kirby Super Starpor exemplo, lançado para Super Nintendo e já disponível no catálogo de serviços do Switch, ou Kirby e o Incrível Espelhoque deve reforçar a lista do Game Boy Advance daqui para frente, supera quase tudo o que temos hoje no gênero de plataforma 2D, especialmente em termos de entretenimento.

eu nunca pensei que Retorno à Terra dos Sonhos ele precisa de um remake/remaster, pois envelheceu como um bom vinho em todos os aspectos, desde os gráficos até a jogabilidade. Tendo jogado o título pela primeira vez não muito tempo atrás, posso garantir que há muito pouco desgaste em sua experiência.

No entanto, a Nintendo encontrou boas razões para nos encorajar a revisitar o Planet Pop. Kirby’s Return to Dreamland Deluxe não é apenas um remake do jogo Wii, é um pacote robusto de novos modos, itens e transformações, feitos sob medida para atrair fãs e recrutar novos jogadores. Assista a análise:

aventura em família

Retorno à Terra dos Sonhos Deluxe é o mais puro suco da bola rosa: uma aventura de plataforma com visão lateral, cuja premissa é atrair sorrisos com seu combate simples, baseado em aspirar inimigos e copiar suas habilidades, além de proporcionar uma exploração relaxante e convidativa para pessoas de todos os tipos idades.

Apesar de ser uma franquia que sempre fez de tudo para facilitar a vida do jogador, Retorno à Terra dos Sonhos ultrapassa a noção de “leve”, sendo um dos jogos mais acessíveis dos muitos que a Acorn jogou em seus quase 31 anos de história – isso não é uma crítica, apenas uma observação.

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Para você ter uma ideia de como foi fácil: consegui finalizar a campanha com mais de 100 das 120 esferas de energia espalhadas pelas fases sem nem precisar fazer esforço para coletá-las. Isso só mostra que o design de nível não é tão polido quanto outros grandes jogos da série, como Kirby e o Incrível Espelho E Kirby: Pesadelo na Terra dos Sonhos.

Em Kirby: Planet Robotbot, o último grande Kirby para Nintendo 3DS, muitas vezes você tinha que resolver quebra-cabeças e vasculhar cantos escondidos dos mapas para encontrar itens colecionáveis. Claro, foi lançado no final de 2016, mas é um ótimo exemplo do design de nível que esperamos dos jogos de mascote rosa.

Em Retorno à Terra dos Sonhos, Kirby e seus amigos veem um objeto misterioso caindo do céu no Planeta Pop. Durante o resgate, a bolota rosa encontra um visitante, Magolor, que pede ajuda ao herói para encontrar as partes perdidas da Lor, sua nave espacial, capaz de viajar por outras dimensões.

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Kirby então parte para recuperar os fragmentos do navio e assim permitir que Magolor retorne com segurança às terras de onde veio. A presença do Magolor no jogo, entre outras coisas, acaba sendo um pretexto para introduzir o Magolor Helper, que nada mais é do que um modo fácil — como se o jogo já não tivesse facilitadores suficientes — em que o personagem dobra o papel da barra de vida de Kirby, além de salvá-lo de buracos e conceder itens de cura em momentos-chave.

Um ponto importante a destacar aqui é que existe uma forma de explorar o modo aventura em co-op local com até quatro jogadores, que podem, se quiserem, ocupar o lugar de Meta Knight, Rei Dedede e Waddle Dee Bandana. O modo cooperativo, embora torne o jogo ainda mais fácil do que já é, produz algumas situações realmente hilárias.

E olha que incrível: o título está totalmente localizado na nossa língua, com textos muito bem adaptados e que preservam a criatividade dos nomes originais das áreas do Planet Pop. Prepare-se para explorar, por exemplo, os “Campos Churros”, a “Geosfera Goiabada” e o “Oásis Oliva”. Se estamos falando de um Kirby, claro que tudo tem que ser relacionado à alimentação, certo?

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Modos Extras e Epílogo: Necessário no pós-jogo

Ao final da história, você poderá desbloquear o tradicional Modo Extra, presente em muitos outros títulos da série, no qual poderá desfrutar da mesma campanha, mas em um nível de dificuldade maior e com novos desafios. , que incluem novos chefes e novos esquemas de ataque para inimigos previamente presentes.

A grande novidade, porém, diz respeito a uma nova opção de jogo, um epílogo intitulado The Interdimensional Traveler. Como a descrição deste modo pode deixar alguns spoilers, nos limitaremos a fornecer os detalhes da história – mesmo que seja um jogo de 2011 – e nos concentraremos apenas nas mecânicas propriamente ditas.

Em um curto espaço de tempo, Magolor acorda e percebe que perdeu suas habilidades mágicas. A partir daí, o personagem embarca em uma aventura solitária para recuperar seus poderes e força. À medida que derrota os inimigos e progride pelas fases, Magolor ganha pontos mágicos para capacitar suas ações por meio de uma janela de habilidade autoexplicativa.

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Embora não seja um modo duradouro, é no epílogo que você vivenciará alguns dos melhores momentos de Retorno à Terra dos Sonhos Deluxe. É muito divertido conferir Magolor, que teve algum contexto após o término da história, e principalmente porque ele tem um estilo de jogo muito diferente do de Kirby, focando em seus próprios truques ao invés de copiar habilidades.

E já que mencionamos as habilidades de cópia, também há novas transformações, para constar. Temos, por exemplo, areia, na qual Kirby manipula partículas de poeira, e o meu favorito, uma conversão de mobile suit Gundam, completo com mísseis de longo alcance e propulsores para permitir que nosso herói deslize com mais suavidade. Espero que essas boas transformações apareçam em títulos futuros.

Dê e venda minijogos

Se há uma coisa que Kirby’s Return to Dreamland Deluxe o que sobra é o conteúdo, ainda mais se a sua intenção é aproveitá-lo de forma cooperativa. Além dos desafios que são desbloqueados na nave ao recuperar colecionáveis ​​das fases (que, convenhamos, já rendem horas extras de jogo), há um modo separado para os minijogos mais difíceis.

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É no Parque Magolândia, local construído por Magolor para receber os seus amigos, que se podem jogar os mais variados jogos. Completar missões no parque de diversões desbloqueia novos souvenirs e máscaras cosméticas para que você possa personalizar Kirby ao seu gosto, incentivando-nos a colecioná-los todos.

Alguns dos meus subjogos favoritos são: Ninja Dojo, onde o objetivo é acertar os alvos enquanto eles se movem, e Papa Ovo, que consiste em pegar o máximo de ovos possível enquanto as bombas são lançadas na direção de Kirby. Muitos dos subjogos, aliás, nos remetem aos desafios da franquia festa mario.

O melhor de tudo, porém, é Kirby Samurai 100, um modo multiplayer onde jogadores de todo o mundo podem lutar para ver quem tem o melhor, rápido e letal golpe de katana. Lembrando que você também pode se divertir sozinho nos modos, inclusive Samurai, podendo alternar entre três níveis de dificuldade.

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Um jogo à altura do que se espera de uma releitura

Visualmente, pode-se dizer que Kirby’s Return to Dreamland Deluxe tornou-se um dos jogos mais bonitos da franquia combinada Kirby e a Terra Esquecida E Kirby Star aliados. De fato, o jogo original já era lindo, com cenários vibrantes e alguns dos modelos de personagens mais refinados que já vimos, apesar de sua resolução no Wii não ser das melhores.

Das praias idílicas de Refresco Reserve às montanhas cobertas de neve dos Sugar Alps, tudo foi praticamente reconstruído para que a versão Deluxe pareça um jogo de 2023 – até as cenas foram tratadas com cuidado. O mar das etapas da Reserva, por exemplo, é tão lindo e refrescante quanto a praia abandonada de terra esquecida.

Há também novos elementos visuais que compõem o fundo dos ambientes, de forma a proporcionar maior sensação de profundidade, além de grama e vegetação mais densas e volumosas, principalmente nas matas de Campos Churros. O desempenho, por sua vez, também foi incrivelmente estável, mesmo quando muitos inimigos e efeitos aparecem na tela.

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Precisamos falar sobre a estrutura do personagem

Com todas as melhorias técnicas em cenários, texturas, resolução e performance, um ponto que se destaca negativamente é o tapa na cara dos personagens. Não que Kirby e seus amigos não sejam fofos, não são, até porque algumas partes dos modelos dos últimos jogos parecem ter sido reaproveitadas do HAL Laboratory, o que foi uma boa ideia.

Porém, o que realmente incomoda os olhos do jogador é o fato de que ao redor de Kirby existe um contorno estranho que, querendo ou não, acaba colidindo com os demais elementos. Era realmente necessário “engrossar” o pincel ao redesenhá-los? Talvez seja uma questão de gosto, não sei, mas essa parte, pelo menos para mim, ficou aquém do que vi no Wii.

Veredito

Depois de relançamentos questionáveis, a Nintendo finalmente parece estar em uma seqüência de vitórias, primeiro com Metroid Prime Remasterizado; agora com Kirby’s Return to Dreamland Deluxe. Aqui, Big N não se contentou com pouco: é uma reconstrução que preserva a obra original, mas com muitos conteúdos para complementar a grande jornada de Kirby e Magolor.

Expandido em escopo e com um notável salto técnico, Kirby’s Return to Dream Land Deluxe se destaca como uma das melhores reedições da Nintendo nos últimos anos.

Não o vejo como um dos melhores títulos da série, diga-se de passagem, mas com certeza é um dos jogos de plataforma 2D mais “recheados” que você encontrará por aí.

Kirby’s Return to Dream Land Deluxe foi gentilmente cedido pela Nintendo para esta análise.