Saiba quem é Leandro Vieira, campeão da Imperatriz e bicampeão da Mangueira


O carnavalesco Leandro Vieira sagrou-se campeão do grupo especial do carnaval carioca 2023, nesta quarta-feira (22), com a Imperatriz Leopoldinense.

A Rainha de Ramos, na zona norte da capital fluminense, conquistou seu nono título, após 22 anos, com o enredo: “O cativeiro da cabra que o excomungado tratou com má vontade e a Santa não deu abrigo ”, sobre a história de Lamp.

Vieira, 39 anos, é artista plástico formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciou a carreira de carnavalesco em 2015, na Caprichosos de Pilares.

Conquistando o 7º lugar na Série A do Carnaval (atual Série Oro) com o desfile “Na minha mão custa menos”, foi bem recebido pela mídia, e se credenciou a assumir uma das mais tradicionais agremiações do Rio, a Estação Primeira de Mangueira.

Em 2016, logo em sua estreia na elite, venceu com o conto “Maria Bethânia: a Menina dos Olhos de Oyá”, que homenageou a cantora baiana.

Em 2017, além do verde e rosa, com o “Só a Ajuda do santo”, que ficou em quarto lugar, ele veio a São Paulo para comemorar os 50 anos da Mocidade Alegre, uma das maiores agremiações do estado. Apresentando “A vitória vem da luta, a luta vem da força e a força vem da união”, conquistou o sexto lugar.

“Com dinheiro ou sem dinheiro, eu jogo”, foi o tema da Mangueira em 2018, criticando a prefeitura do Rio de Janeiro, que lhe concedeu o quinto lugar.

Mas seu segundo grande momento na festa veio em 2019, com “História para ninar gente grande”. O tema falava dos vencidos, dos marginalizados pela história, numa crítica ao sistema que mata negros, índios e pobres e apaga suas histórias. Também foi feita uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada um ano antes.

Seu primeiro Carnaval à frente da Imperatriz Leopoldinense foi em 2020, no grupo de acesso, com “Só da Lalá”, do compositor brasileiro Lamartine Babo. Vieira conquistou o título e trouxe a escola de volta à Especial.

No mesmo ano, na Verde e Rosa, editou “A verdade vos libertará”, que tinha como objetivo contar a história de Jesus Cristo de uma forma diferente, sem a pele branca, como normalmente se vê nas figuras e imagens ao redor o mundo. Ele exaltou sua posição de caminhar ao lado dos mais pobres e marginalizados, a condenação do acúmulo de riquezas e sua tranquilidade. Ele terminou em sexto lugar.

Em 2022, fez seu último desfile pela Mangueira, com “Angenor, José e Laurindo”, uma homenagem aos redutos da agremiação, o cantor Cartola, o intérprete Jamelão e o diretor de bateria Delegado.

Também foi campeão da Série Ouro com o Império Serrano, com “Mangagá”, que contou a história do capoeirista baiano Manoel Henrique Pereira.