Neste período de carnaval, disse o sambista, sociólogo e escritor Tadeu Kaçula Rádio Cnnna CNN No Plural, quais são as origens do samba.
“O samba percorreu um longo caminho, não como gênero musical, mas como um nicho social para a população negra pós-diáspora, pós-abolição”, disse ele.
Neste contexto, as pessoas têm-se reunido neste espaço para, em comunhão, “criar um nicho de resistência e preservação da tradição”.
Segundo o especialista, ao longo do processo, ao lado do candomblé e da capoeira, o samba “formou uma tríade de resistência negra no Brasil”.
O passo seguinte foi a organização da indústria cultural, que coopta a música contida no samba e a transforma em gênero musical, para além do nicho social.
“O samba, aliado ao Carnaval, que é uma festa de inspiração européia, transforma a data nessa coisa bacana.”
Para Kaçula, “o samba teve que se ressignificar e se reinventar, acompanhando a sociedade e a forma como ela evolui”.
“De forma quase darwiniana, ela se adaptou para sobreviver com pluralidade cultural, sendo uma importante referência de identidade nacional”, afirmou.
O sambista vê o gênero musical como político: “Sempre satisfez essa narrativa, ter um papel didático e metodológico para contar a verdadeira história do Brasil”.
A letra discute “a obscuridade e a importância vital dos povos da diáspora para nossa realidade cultural, assim como dos povos originários”.
*Produzido por Isabel Campos
Compartilhar: