Já se passou um ano desde que o mundo em que vivemos foi decidido nos campos de batalha da Ucrânia. Faz um ano que a Rússia, com o apoio tácito da China, iniciou uma agressão brutal contra um vizinho, a Ucrânia, cujo direito de existir não respeita.
Uma ordem internacional que durou cerca de 70 anos foi deixada para trás. Uma ordem tão liberal, baseada no respeito às regras e, em grande medida, nos organismos multilaterais.
A nova ordem depende de como evoluirá um conflito bem definido. Entre autocracias e regimes autoritários, como Rússia e China; e regimes de sociedade aberta liderados principalmente pelos Estados Unidos, mas com forte participação europeia.
Para o Brasil é uma situação delicada e difícil. Antes mesmo da guerra na Ucrânia, a tensão entre as duas superpotências, a China e os Estados Unidos, que são nossos principais parceiros comerciais, por exemplo, já aumentava.
O espaço para permanecer equidistante desses dois gigantes foi bastante reduzido. Nesse sentido, o conflito na Ucrânia é visto igualmente pela Rússia e China, por um lado, e pela aliança ocidental, por outro, como um conflito existencial.
É sem dúvida um grande conflito geopolítico, o mais importante do nosso tempo. Mas quem disse que os valores das sociedades – democracia versus autoritarismo, por exemplo – não fazem parte dos conflitos geopolíticos?
Lute por eles também. Isso é o que está acontecendo agora nos campos de batalha da Ucrânia.
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