Veja o procedimento detalhado para obtenção de passaportes italianos ou portugueses


Ter o cobiçado passaporte vermelho é o sonho de qualquer brasileiro. A dupla cidadania pode parecer comum hoje em dia, mas muitos ainda não sabem como encontrar informações importantes sobre seus antepassados ​​para finalmente solicitar um passaporte europeu.

Para desmistificar esse universo, a coluna Claudia Meireles investigou com especialistas o processo de aquisição da cidadania e, consequentemente, os passaportes italiano e português, os mais comuns entre os brasileiros.

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Como sei se tenho várias cidadanias?

Segundo a advogada e despachante em casos de cidadania italiana Larissa Borges, a primeira coisa a se fazer é questionar os próprios familiares sobre o histórico familiar. “Você teria que voltar e perguntar o sobrenome, se tem ascendência europeia, a história da pessoa, se foi bisavô, tataravô, quando nasceu, entre outros”, diz.

Após a descoberta, o segundo passo, conforme explicou o profissional, é acessar o site do Arquivo Público do Estado de São Paulo para encontrar os trens e navios que chegaram ao Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.

“As pessoas que se inscreveram estão no site”, diz ele. Em seguida, ele recomenda fazer uma pesquisa aprofundada na internet para colher mais informações sobre o sobrenome, a cidade de origem e o brasão.

“Uma das vantagens da cidadania italiana, por exemplo, é que você só precisa do sobrenome do familiar. Sabendo, também, onde ele nasceu, aí teria que procurar os documentos dessa pessoa”, comenta Larissa.

Larissa Borges é advogada especialista em cidadania italiana

Historicamente, segundo o advogado, como o Brasil era um país pacífico na época da Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas vinham por questões de segurança. “Eles não queriam estar em guerra, queriam que suas famílias ficassem bem”, diz ela.

Quando chegaram aqui, a maioria mudou de nome para não ser reconhecido. “Há pessoas com sobrenomes diferentes que não conseguem a cidadania. Os ancestrais da época não queriam ser identificados”, explica.

cidadania italiana

Larissa Borges lista as principais vantagens do passaporte italiano:

  • Está entre os passaportes mais aceitos do mundo;
  • Permite trabalhar em qualquer país da Comunidade Europeia;
  • Permite estudar na Europa;
  • Dá acesso à saúde pública italiana;
  • Autorizar a aposentadoria na Itália;
  • Permite a transmissão da cidadania aos filhos e netos;
  • Livre para residir em alguns, se não em todos os países da União Europeia;
  • Concede visto de trabalho para a Austrália por 12 meses;
  • Permite a entrada nos Estados Unidos e Canadá sem visto.
Passaporte de Viagem - Metropolis
O passaporte italiano tem muitas vantagens

Porém, ele alerta que o processo de cidadania italiana, infelizmente, é longo, e envolve algumas etapas.

Uma ferramenta facilitadora nesses momentos é a contratação de um advogado especializado no assunto. “Os advogados que trabalham com cidadania já sabem para onde ir e como fazer. Isso facilita o processo, que é burocrático e difícil”, explica. “Sozinho é mais complicado, se a pessoa não fala a língua italiana, se não é fácil para ela morar em outros países ou se nunca morou na Itália, ou se não tem um amigo que mora no exterior para pedir ajuda”, acrescenta.

“Mas, é claro, você mesmo pode fazer, se falar italiano, se morar na Itália ou se conhecer os lugares. Se você for atrás, você consegue”, garante Larissa.

Bandeira da Itália - Metropolis
O passaporte italiano está entre os mais aceitos no mundo

Segundo o profissional, para “entrar” no pedido, a pessoa precisa essencialmente:

  1. Todos os documentos originais italianos;
  2. Certidão de nascimento do requerente da cidadania;
  3. Certidão de nascimento dos pais e ascendentes italianos do requerente da cidadania;
  4. Certidão de casamento, se houver;
  5. Certidão de óbito dos antepassados;
  6. Declaração negativa de naturalização (certificando que o antepassado não renunciou à cidadania italiana).

“O que inicialmente peço aos meus clientes é construir uma árvore genealógica. Economize muito tempo para eles e para mim. O processo é mais rápido se cada um fizer a sua parte”

Larissa Borges, advogada

Com os documentos necessários em mãos, o advogado explica que o próximo passo é analisar se o antepassado italiano da pessoa tem um nome diferente do seu e se a caligrafia é a mesma. Se não, você deve buscar a correção judicial.

Viaje de trem pela Europa - Metropolis
Coluna Claudia Meireles aprendeu com especialistas sobre o processo de aquisição da cidadania e, consequentemente, dos passaportes italiano e português

No entanto, outras questões precisam ser respondidas, como: “Sua linhagem italiana é paterna ou materna?” e “Quantas pessoas gostariam de pedir de você (seus tios, primos, só você?)”.

Feito isso, sim, é hora de solicitar a cidadania. Segundo o despachante, isso pode ser feito no Brasil ou na Itália. No primeiro país, geralmente leva mais tempo. “O pedido é feito às embaixadas da Itália em Brasília e São Paulo. Na Itália é mais rápido. É realizada no Ministério do Interior do Governo Italiano, através de formulário online, com autorização de acesso. Mas precisa ser credenciado”, esclarece.

“É melhor obter a cidadania na Itália, mas isso requer a mudança para lá e leva um tempo indefinido. Tem quem faça em um mês, em três, em seis… Não tem como dar prazo. Cada prefeitura atua de uma forma. Tem uns mais rápidos, outros mais lentos”, diz o especialista.

Brasileira morando em Roma, Larissa trata de processos de cidadania italiana, é professora de inglês e italiano e administra um canal no TikTok, um perfil no Instagram e um podcast. “Vi a grande importância de ser porta-voz de muitos brasileiros e ajudá-los nisso”, destaca.

cidadania portuguesa

Segundo o advogado de nacionalidade portuguesa Fábio Trevisan, o processo de cidadania portuguesa, embora administrativo, é um pouco burocrático, pois envolve busca e análise de documentos, assim como acontece com a cidadania italiana.

Por isso, recomenda a chamada a um advogado inscrito na Ordem de Portugal, uma vez que o processo é arquivado diretamente por ele e não é necessário remetê-lo ao consulado para validação dos documentos. “Isso já economiza muito tempo na tramitação do processo”, afirma.

Fábio Trevisan - Metrópole
Advogado Fábio Trevisan é especialista em nacionalidade portuguesa

A advogada destaca ainda que, além de envolver pesquisa e análise na busca de documentos, dependendo do caso, alguns procedimentos devem ser realizados previamente, como a transcrição (verificação) do casamento do cidadão português.

“Ou seja, não basta ter o direito, é preciso instruir o processo de forma correta e no local certo, evitando prejuízos financeiros”, alerta.

Entre as vantagens de ter um passaporte europeu estão:

  • ser cidadão europeu;
  • O passaporte português ocupa atualmente a sexta posição, ou seja, está entre os 10 passaportes mais poderosos do mundo, podendo viajar para mais de 180 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, sem a necessidade de um Visto;
  • Tanto o cônjuge como os descendentes menores e adultos têm o mesmo direito à cidadania, uma vez que o requerente transmite esse direito aos seus descendentes;
  • Poder viver, trabalhar e estudar em qualquer um dos 27 países da União Europeia;
  • Ter acesso a valores mais baixos em universidades de excelência em Portugal, face aos valores cobrados aos estudantes estrangeiros;
  • Evite longas filas na imigração, podendo acessar a entrada de cidadãos europeus nos aeroportos.

Paulista residente em Lisboa, Portugal, Trevisan atua com competência e exclusividade na nacionalidade portuguesa desde julho de 2020, quando se tornou advogado português.

Segundo ele, o primeiro passo para obter o passaporte da região é obter a nacionalidade. “Então, após a conclusão bem-sucedida do processo, o requerente recebe uma certidão de nascimento. Com ele já se pode obter não só o passaporte, mas também o cartão de cidadão português”, informa.

Depois de adquirir a dupla nacionalidade e possuir a certidão de nascimento portuguesa, deverá dirigir-se ao consulado português mais próximo para dar início ao processo. “Não há necessidade de constituição de advogado, pois é um procedimento mais simples e sem burocracia”, ressalta.

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