Litoral de SP teve o maior volume de chuvas já registrado no Brasil


A chover que atingiu municípios do litoral norte paulista neste fim de semana é considerada uma das maiores tragédias da história do estado, segundo o governo.

Com 40 mortes confirmadasa tempestade também foi a maior precipitação registrada no país, com 682mm (mm) e um incontável rastro de destruição.

Ainda há 40 desaparecidos, com mais de 1.730 deslocados e 766 desabrigados.

A população sofre as consequências dos temporais em São Sebastião (SP). Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Dos mortos, 39 foram em São Sebastião e um em Ubatuba.

Equipes municipais com psicólogos e assistentes sociais trabalham para acolher os familiares das vítimas. Sete corpos foram identificados e liberados para sepultamento. Há dois homens adultos, duas mulheres adultas e três crianças.

Identificação

A Polícia Técnico-Científica está avançando na identificação das pessoas que morreram em decorrência do temporal, principalmente nas cidades de São Sebastião e Ubatuba.

As equipes do Instituto Médico Legal (IML) de Caraguatatuba e do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Ubatuba foram reforçadas na manhã desta segunda-feira, com a chegada de 40 profissionais, entre legistas, peritos e auxiliares, e outros 12 papiloscopistas da Polícia Civil Instituto de Identificação.

chuva acumulada

O acumulado de chuvas nas cidades do litoral norte paulista superou o da cidade do Rio de Janeiro Petrópolis, em 2022na região serrana do Rio, que acumulou 530mm de chuva em 24 horas.

Antes, o maior índice era registrado em Florianópolis (Santa Catarina), em 1991com um acúmulo de 400 mm em um único dia.

OU município de são sebastião foi um dos mais afetados neste longo carnaval, com deslizamentos, alagamentos e bairros isolados devido à interdição do acesso às vias.

O número de mortos já supera a tragédia de Franco da Rocha, em 2022, com o deslizamento de terra que matou 18 pessoas. A chuva acumulada na ocasião foi de 70 milímetros em 24 horas.

Na história de São Paulo, a maior tragédia ocorreu em 18 de março de 1967, no município de Caraguatatuba, quando fortes chuvas provocaram o desabamento de encostas e centenas de casas foram soterradas.

Segundo a contagem feita na altura, morreram 487 pessoas, mas estima-se que o número de mortos tenha sido muito superior.

A tempestade registrada no litoral norte, segundo o Centro Nacional de Previsão de Desastres (Cemaden), provocou um acúmulo de 682 mm em Bertioga, 626 mm em São Sebastião, 337 mm em Ilhabela, 335 mm em Ubatuba e 234 mm em Caraguatatuba .

ruas

Atualmente, diversas rodovias administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) possuem pontos de interdição total e parcial.

A rodovia dr. Manoel Hyppolito Rego (SP-055) encontra-se completamente fechado, devido à queda de barras, do km 157 ao km 162 e do km 174.

A mesma estrada está parcialmente bloqueada devido à queda de barreiras e árvores nos quilômetros 61, 66, 84, 87, 95, 136 e 142.

A Via Expressa Mogi-Bertioga (SP-098) encontra-se interditada por falha na adutora no km 82, Biritiba Mirim. Há também interdição parcial nos km 90 e 91, devido ao desabamento da barreira; e no Km 87, devido à erosão.

Uma equipe do DER esteve no local e avalia as obras emergenciais que serão necessárias para a recuperação da via.

Se a viagem for necessária, os motoristas devem usar rotas alternativas, como Rodovias do Sistema Imigrantes/Anchieta (SP-160 e SP-150).

Devido ao desabamento da barreira no km 174+500 da SP-055, na Praia do Juquehy, o acesso à via alternativa pela Rodovia dos Tamoios está proibido para quem trafega entre Bertioga e Juquehy.

Equipes do Instituto de Pesquisa Ambiental (IPA) dão apoio na região.

Grupos de trabalho estão atualmente nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba para atender as vítimas.