Mudança do Garcia: protesto, irreverência e briga por espaço


A comitiva que forma a Mudança do Garcia chegou ao Campo Grande para o tradicional desfile carnavalesco que mistura ritmo e protesto, mas, como em outros anos, saiu bem no meio de dois trios elétricos com grandes artistas e foi engolida por eles no início do circuito. Mas com o jogo de cintura de sempre, logo conseguiu se desvencilhar.

O grupo esperou até o bloco puxado por Claudia Leitte se afastar para retomar o desfile, mas em momento algum os tambores da fanfarra da Mudança do Garcia pararam de ser tocados. Atrás, vinha o trio de Escandurras. Para uma das representantes do Sindicato dos Vigilantes do estado da Bahia, a posição desvantajosa prejudica, mas não desestimula o movimento.

“Nossa presença aqui é para incomodar, para falarmos do que falta ser feito pela classe trabalhadora e pelas comunidades, por isso, é difícil não pensarmos que tudo isso é feito de propósito. Nem as câmeras olham para a gente, só para eles. Mas não vamos desistir, seguiremos lutando sempre. Todos os domingo de Carnaval”, afirmou a foliã-manifestante da Mudança.

Feita a separação, o bloco seguiu pelas ruas do Circuito Osmar até a Politeama e se dispersou. Há mais de seis décadas, as placas com palavras de ordem e a fanfarra anunciam que a Mudança do Garcia chegou ao Campo Grande para celebrar o Carnaval das antigas e reivindicar demandas populares. 

Este ano, o tema escolhido para o desfile foi a democracia. Além disso, a comitiva também desfilou em homenagem a Osmar que, ao lado de Dodô, foi um dos criadores do trio elétrico e dá nome ao circuito carnavalesco que vai da Praça do Campo Grande a Castro Alves.

O Correio Folia tem patrocínio da Clínica Delfin, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio da Jotagê e AJL.